Conspirações da Memória. Em 1983, obtive uma bolsa pra realizar estudos de pós-graduação, na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Entusiasmada por saber o socialismo real sobre o que tal tinha lido e estudado em minhas aulas de marxismo, me desplacé pro outro lado do universo deixando família, serviço e amigos. A experiência do deslocamento, por tua duração e fato, necessariamente trastocó e resignificó diversos de meus conceitos sobre o carinho, a família, a amizade, a solidariedade, a autonomia, o acadêmico e político.
O procedimento de adaptação exigiu a mobilização de recursos físicos, intelectuais e emocionais para entender o idioma, sobreviver ao clima, adquirir o alimento e viver a concorrência no interior da faculdade, em um recinto definido na ideologia partidária comunista. Aproveitando as probabilidades que dá a autoetnografía, reflito a respeito de essas experiências pessoais, evocando muitas passagens que marcaram significativamente a minha existência.
- 1 Como presidente 5.1.1 Campeonatos nacionais
- 10-2 Bosa Centro
- Aparições: 6.Quarta, 7.Quarta, 8.º, 9.º e 10.ª temporada
- 3 A resposta da Igreja e do movimento católico
- 2006: Ave livre
- 118 Muitos chefes e poucos índios
Um modelo do que queremos observar no antecipadamente citado, o deus do trovão, Perún, que foi representado no folclore cristão, de santo Elias. Seguindo uma metodologia parecido, traçando paralelos com outras mitologias indo-européias (especialmente com a báltica), e, às vezes usando as mesmas pistas encontradas nos documentos históricos do paganismo eslavo, seria possível reconstruir alguns mitos antigos.
O interesse científico nas crenças dos antigos eslavos correu entre eles, estavam desde o Renascimento, mas também aumentou o número de confusões, erros, más interpretações e grosseiras reconstruções (sem mencionar as invenções). Antes da primeira metade do século XX, não se sabia que existia nenhuma metodologia científica válida, a que se possa interpretar os referentes folclóricos.
Também, ao dispor de contadas fontes arqueológicas e históricas, as portas para a especulação mais baladí estavam abertas de par em par. Um dos exemplos mais claros da desorganização geral e da compreensão equivocada configura a falsa divindade do afeto, Lada (ou Lado), construída a partir das exclamações sem significado das músicas de casamento eslavas.
Deuses como Koleda ou Kupala assim como foram inventados a começar por nomes mal interpretados de festas conhecidos: Koledo era o nome eslavo pra procissões dos cantores de músicas de Natal pela data. Pior embora as confusões ou as más interpretações são as invenções deliberadas.